destaque da semana: The Artist/ O Artista
direção: Michel Hazanavicious
elenco: Jean Dujardin, Berenice Bejo, John Goodman, Penelope Ann Miller
cotação: 5/5
Demorou, mas finalmente, distribuído pela Paris, este filme chegou aqui. Na primeira vez em que ouvi falar a respeito de O Artista, um filme mudo e em preto-e-branco, fiquei ao mesmo tempo surpreso e encantado com a audácia do diretor francês Michel Hazanavicious de realizar um projeto desses em pleno século XXI, no auge da Geração Y, que tem a necessidade de absorver o maior numero de informações possível ao mesmo tempo através de diferentes meios, e quando a indústria cinematográfica vem apelando para a tecnologia do 3D e já flertando com o 4D (cinema com cheiros e sensações) pra não perder o seu público.
A intenção de Hazanavicious era homenagear a já longinqua era de ouro do cinema Hollywoodiano; objetivo que se cumpre de forma magnífica neste filme que se tornou o favorito para o Oscar 2012 (conta com 10 indicações no total). Foi louvado no Sindicato dos Produtores com o prêmio de Melhor Filme; no Sindicato dos Diretores com Melhor Diretor; no Sindicato dos Atores com Melhor Ator para Jean Dujardin e no Globo de Ouro com Melhor Filme Comédia/Musical, Melhor Ator Comédia/Musical e Melhor Música Original (isso só pra citar os prêmios de maior referência no meio cinematográfico). Se em 2012 a Academia finalmente vai deixar de ser xenófoba e abrir mão de exaltar a sua própria indústria, tenho minhas dúvidas. Mas resta a certeza de que O Artista merecia essa exceção.
A intenção de Hazanavicious era homenagear a já longinqua era de ouro do cinema Hollywoodiano; objetivo que se cumpre de forma magnífica neste filme que se tornou o favorito para o Oscar 2012 (conta com 10 indicações no total). Foi louvado no Sindicato dos Produtores com o prêmio de Melhor Filme; no Sindicato dos Diretores com Melhor Diretor; no Sindicato dos Atores com Melhor Ator para Jean Dujardin e no Globo de Ouro com Melhor Filme Comédia/Musical, Melhor Ator Comédia/Musical e Melhor Música Original (isso só pra citar os prêmios de maior referência no meio cinematográfico). Se em 2012 a Academia finalmente vai deixar de ser xenófoba e abrir mão de exaltar a sua própria indústria, tenho minhas dúvidas. Mas resta a certeza de que O Artista merecia essa exceção.
Reconheço que não há elementos inovadores em seu roteiro, que bebe na mesma fonte de clássicos como Cantando na Chuva, Sunset Boulevard e Nasce Uma Estrela, contando a velha história da atriz em ascensão que se apaixona por ator em declínio e, por amor, tenta salvá-lo do fracasso. Mas, o que torna O Artista brilhante, são os elementos usados para contar essa história. Seja a atuação irretocável de Jean Dujardin, num desempenho tão simpatico e cativante que lembra o mestre Buster Keaton; ou o irresistível cãozinho Jack, que, fazendo dupla com Dujardin rende uma série de momentos cômicos e tenros; ou as seqüências memóraveis como: Berenice Bejo dançando com um casaco que aparentemente ganha vida, o personagem de Jean Dujardin descobrindo o som, os flertes entre o casal durante a filmagem de uma cena que é refeita propositadamente uma dezena de vezes, dentre outros.
Reavaliando bem a concepção de O Artista, seria algo que teria grandes chances de dar errado. Mas a maravilhosa recriação de época e uma trilha-sonora fascinante composta por Ludovic Bource foram méritos determinantes em evitar tal fracasso. Li críticas julgando o filme como saudosista ou desnecessário no sentido de que o cinema já evoluiu tanto, que um filme mudo e preto-e-branco seria um retrocesso. Discordo completamente. Tenho visto tecnologia de sobra e charme, delicadeza e inocência de menos nos filmes atuais. E ao resgatar isso, O Artista vem como um frescor no circuito exibidor.
Hoje em dia é raro um filme que, após a exibição, faça o espectador se sentir leve, alegre e descontraído. Principalmente por isso é que sou um dos entusiastas de O Artista. Um filme que, com poucas armas, consegue ser arrebatador. Será dele a minha torcida na noite do dia 26.
outras estréias (que não assisti e comento na cara-de-pau mesmo)
Cada um tem a Gêmea que Merece: olha, se um Adam Sandler já é difícil de engolir, imagina dois? Assisti ao trailer durante a exibição de Sherlock Holmes e foi uma concentração enorme de clichês em tempo recorde. Mas nada foi tão chocante quanto descobrir que Al fucking Pacino participa desse filme como um pretendente da irmã gemea de Sandler, vivido(a) por ele mesmo. Par romântico com Adam Sandler? Pacino! You can do it better, man! Não vejo isso nem de graça, não tô aqui pra passar vergonha alheia.
Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma 3D: mas o 3D não poupa ninguém, hein. Nunca fui exatamente fã de Star Wars, mas gosto bastante de O Império Contra-Ataca, acho o primeiro simpático e O Retorno de Jedi bem fraquinho. Não vi os três últimos filmes lançados (que na verdade são os primeiros cronologicamente) e, nem mesmo com o 3D estou tentado a ver. Nunca fui fã de prequels, nem de readaptar filmes antigos pro formato 3D (o ideal é já serem filmados assim). É o tipo de programa que funciona mais pra fãs da série. Pra angariar novos fãs, acho que só os três primeiros filmes com Harrison Ford e Carrie Fisher são capazes de fazer isso.
O Despertar: outro filme de terror que não diz a que veio. O elenco é de quase-famosos (Rebecca Hall, Dominic West, Imelda Staunton) e atira no nicho Poltergeist. Não sei se apostaria, talvez A Filha do Mal valha mais pelo hype em torno de Fernanda Andrade.
As Mulheres do 6º Andar: li boas críticas sobre essa comédia francesa, que se passa no começo da década de 1960 e faz uma crítica à alienação da burguesia. Direção de Phillippe Le Guay, com participação especial de Carmen Maura e Fabrice Luchini (de Potiche). Fez 2 milhões de espectadores na França. Parece simpática, vou adicionar na watchlist.
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