Moneyball/ O Homem Que Mudou o Jogo
direção: Bennett Miller
elenco: Brad Pitt, Jonah Hill, Phillip Seymour Hoffman, Robin Wright
cotação: 3/5
IMDb
cotação: 3/5
IMDb
O atraso de 6 meses no lançamento de Moneyball no Brasil tem uma justificativa simples: não há chances de um grande público pra ele por aqui. O longa, na verdade, só pode acertar em 3 nichos: os fãs de baseball (esporte que tem popularidade quase zero por aqui), os fãs de Brad Pitt e o fãs de cinema que se tornam quase que obrigados a assistir o filme depois das 6 indicações ao Oscar (incluindo Melhor Filme) e também depois dele atingir a nota 86 no Metacritic. Eu, que me encaixo no terceiro grupo, não vejo necessidade pra essa aclamação toda. O filme é razoável e não passa disso. Centra demais no universo do baseball (seja em campo ou nos bastidores), usa e abusa de termos técnicos e, pra quem não é familiarizado com o esporte, demora um bocado pra entrar no clima. Resultado: Moneyball se torna frio e quase mecânico. Digo 'quase' porque a atuação de Brad Pitt (que também esteve em A Arvore da Vida) é o que consegue dar alguma alma pro filme. Aliás, é o melhor trabalho dele que já vi e foi merecidamente indicado ao Oscar. Seu personagem, Billy Beane, o gerente-geral do time Oakland Athletics, do tipo que vai se delineando aos poucos. É durão, mas tem um lado emotivo que vai aparecendo discretamente - principalmente na relação com a filha pré-adolescente. Aliás, o filme deveria ter investido mais nisso, já que a filha é uma peça fundamental nas futuras escolhas que Billy Beane fará. Por outro lado, o longa aposta, com sucesso, na química entre Brad Pitt e Jonah Hill (ator de Superbad, num raro papel sério, também indicado ao Oscar), que interpreta Peter Brand, um economista que desenvolve uma técnica sofisticada de estatísticas para escolher jogadores pro time de Billy. Além do competente trabalho dos dois atores, a boa edição nas seqüências de jogo dá algum fôlego ao longa, mesmo para espectadores brasileiros que naturalmente se sintam perdidos entre os lances. Filmes de esportes, ainda mais os baseados em histórias reais, como Moneyball, tem uma forte tendência a apelar pro dramalhão ao explorar os sentimentos e limitações de personagens que insistem em ir contra o sistema. O diretor Bennett Miller (de Capote) quis fugir disso, optando pelo extremo técnico, mantendo 90% do foco no esporte em si. Seria melhor ele ter encontrado o balanço certo entre os dois lados. Outro pecado do filme: concluir com excessivas explicações escritas na tela ao invés de filmá-las (ou incluí-las na edição final). Tão abusando demais dessa ténica hoje em dia, acho que dá uma sensação de obra incompleta ou de pura preguiça.
The Iron Lady/ A Dama de Ferro
direção: Phyllida Lloyd
elenco: Meryl Streep, Jim Broadbent, Anthony Head, Richard E. Grant
cotação: 3/5
elenco: Meryl Streep, Jim Broadbent, Anthony Head, Richard E. Grant
cotação: 3/5
Vou ser bem direto: tirando a performance incrível, maravilhosa, espantosa e (insira todos os adjetivos positivos possíveis) de dona Meryl Streep e um espetacular trabalho de maquiagem e figurino, pouco sobra para se aproveitar de A Dama de Ferro. É mais um filme que se encaixa na categoria "a intenção é boa, mas de boa intenção, o inferno tá cheio". O diferencial de A Dama de Ferro pra não cair na vala comum dos filmes-biografia, é mostrar Margaret Thatcher, primeira-ministra do Reino Unido no periodo entre 1979-1990, no fim da vida, beirando a senilidade e conversando com o marido (Jim Broadbent) que já faleceu. A idéia é boa, mas sua carreira é mostrada bem superficialmente, e esses poucos momentos são os que agitam o filme. No geral, a narrativa é lenta e até cansativa (principalmente no começo. E olha que eu gosto de filmes lentos). Acho que também erraram [ALERTA SPOILER] nas cenas mais fantásticas como: um filho que sai da tela da TV quando Margaret assiste a um vídeo antigo de família ou quando o marido, ou melhor, o fantasma do marido realmente vai embora, num climão de despedida meio Ghost. Sinceramente, nada a ver com o filme.[/ALERTA SPOILER]. O elenco de apoio pouco acresenta e Meryl tem o filme só pra ela. Pelo menos, A Dama de Ferro não santifica, nem denigre Margaret Thatcher. Ele mostra (alguns) erros e acertos de Margaret como esposa, como mãe e como ministra. Cabe ao espectador formar a sua opinião sobre ela. Mas, vale passar por cima dos problemas do longa por Meryl Streep, que, dentre as indicadas, é a que mais merece o Oscar (já ganhou o Globo de Ouro, mas perdeu o SAG para Viola Davis em The Help).
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